Bom, isso é algo diferente. Quem imaginaria que um microfone poderia ser criado a partir da bala de uma espingarda de Calibre 12? Pois é, Brad Martin teve essa brilhante ideia e trouxe para a realidade um microfone que, além de possuir um design totalmente original, conta com ótima qualidade em seu desempenho.

Mas será que ele realmente funciona bem? Ele é bom? A Casa do Roadie convidou duas pessoas para testarem e escreverem uma resenha sobre estes microfones.

Olá!
Somos Rafael Gomes e Rafael Carvalho, engenheiros e produtores do Audiofusion: Bureau, centro de produção sonora localizado em São Paulo.
Estamos aqui no Blog do Roadie para comentarmos a aplicação dos microfones 12Gauge em 3 casos distintos: 2 Gravações, das bandas Datura Negra, de São Paulo e Paramethrik, de Sorocaba e também o uso ao vivo, com o pessoal do O Bardo e o Banjo, banda de bluegrass de São Paulo.

Conhecemos os microfones em 2013, atráves do contato com Joe Tomino, batera influente no circuito de gravações de NYC. Ficamos abismados com o visual da capsula de shotgun e encomendamos algumas unidades. Desde então viemos testando possibilidades e aprimorando o uso dos mesmos.

Possuímos 4 unidades dos microfones cardioides Green12, 1 unidade do mic Hi-SPL Blue12 e 1 Unidade do mic omnidirecional Red12.

Para a gravação do Datura Negra, uma banda instrumental com detalhes que remetem a Mastodon e Dub Trio [Cujo baterista é o Joe, que nos apresentou os mics.] usamos:

2 Green12 para Overheads

1 Green12 Para Hi Hat

1 Blue12 para Caixa [Ludwig Acrolite, 14”x5,5”]

1 Red12 como Kit Mic, centralizado entre os Overs

Nessa configuração, usamos o Blue12 para completar o HiEnd de caixa e somar com o clássico SM57.

Os Green12 de OH nos entregaram um som bem equilibrado
e uma captação focada dentro do pretendido da sonoridade de pratos.

O Red12 de kit também respondeu com uma curva interessante,
complementando o outro mic [valvulado] de room que tínhamos na sessão.

Para a gravação do Paramethrik, usamos:

2 Green12 para Overheads

1 Green12 Para Caixa Auxiliar, de 10” [Tozzi,  10”x3,5]

1 Blue12 para Caixa Principal, de 14”[Tama Rockstar 14”x6,5”]

Escolhemos esse setup para privilegiarmos a definicão das caixas, considerando os arranjos, que contem muitos blast beats e levadas em tempos acelerados.Novamente, os Green12 de OverHead nos entregaram um som bem equilibrado e uma captação focada dentro do pretendido

Uma curiosidade em todos os mics foi observar uma compressão razoável nas altas frequências, nada que seja um empecilho ou que soe mal, considerando também que um dos processamentos de mixagem seria justamente uma compressão mais “pesada”Para as gigs do O Bardo e o Banjo, usamos 1 Green12 Para para a caixa de 10” e o splash do kit do Marcus.Por ser um kit com dimensoes reduzidas e usado apenas para uma levada especifica em poucas musicas do set, prefiro captar com apenas um mic e equilibrar os timbres com compressãoUsamos também um Blue12 para a pandeirola do Wagner, o frontman do Grupo, que toca simultaneamente Banjo, uma mala-bumbo e o pandeiro. O microfone fica clampeado na alça da mala, e escolhi o Blue12 justamente por ser um mic que aguenta um nível de SPL maior, com uma resposta ótima nas altas frequências.

Confira o processo de fabricação do 12 Gauge: 

Ambos os mics tem o adicional importantíssimo de serem pequenos e discretos, ficam posicionados em clips que limpam bastante o visual de palco.